QUE PROBLEMÃO, HEIN! A situação econômica do Brasil melhorou de 10 anos para cá, resultando em aumento da demanda/procura tanto de bens de consumo (alimentos, bebidas, combustíveis etc) quanto de bens duráveis (eletrodomésticos, carros, móveis etc). A produção teve que acompanhar este crescimento e para isso foi preciso aumentar a extração de matéria-prima e o consumo de energia. Mas o que o lixo tem a ver com isso? Com a possibilidade de comprar mais, muitas vezes adquirimos produtos desnecessários ou nos desfazemos com mais facilidade do que já temos. Essa cultura do desperdício infelizmente ainda é bastante presente em nosso povo. Segundo o último censo do IBGE a quantidade diária de lixo urbano coletado no Brasil é de 228.413 toneladas, o que representa 1,25 Kg diários por cada um dos cerca de 182.420.808 habitantes. Todo o processo de geração, coleta, processamento e armazenamento do lixo, resultam em problemas sociais, ambientais e econômicos. Como quase todas as atividades humanas geram resíduos, em quase todos os lugares há a possibilidade do lixo estar causando problemas. Mesmo quando o lixo é tratado adequadamente alguns problemas persistem, mas no Brasil 59% do lixo produzido são lançados a céu aberto (IBGE, 2000).
E AGORA? COMO RESOLVER?
Já vimos o que é o lixo e discutimos a sua redefinição. Também apontamos todos os problemas da produção e acúmulo de lixo. Resta saber o que pode ser feito para evitar os problemas ou, pelo menos, diminuí-los. Ao invés de fórmulas complexas ou soluções mágicas ou ainda passar a responsabilidade para o governo, a solução para esta questão passa pelo cotidiano de cada um de nós. EDUCAÇÃO É A MELHOR SOLUÇÃO!
Todos nós geramos lixo diretamente em nossas atividades diárias e indiretamente por conta de todas as nossas necessidades (alimentos, moradia, roupas, tratamento médico, lazer etc.), portanto somos todos responsáveis por este problemão. A educação é a melhor e mais confiável saída para esta encrenca e, por incrível que pareça, há uma filosofia muito simples que é considerada a solução mais completa.
Chamamos de lixo tudo aquilo que não nos serve mais e jogamos fora. Os dicionários de língua portuguesa definem a palavra como sendo: coisas inúteis, imprestáveis, velhas, sem valor; aquilo que se varre para tornar limpa uma casa ou uma cidade; entulho; qualquer material produzido pelo homem que perde a utilidade e é descartado.
Você já parou pra pensar que muito do que jogamos fora e consideramos sem valor pode ser aproveitado por outras pessoas?
Ué, mas se serve pra outras pessoas então não é lixo!
É isso aí,esta na hora de revermos o significado dessa palavra!
Que tal “tudo aquilo que foi descartado e que, após determinado processo, pode ser útil e aproveitado pelo homem”?
Os materiais que ainda podem ser usados para outros fins mesmo depois de serem descartados, passarão a ser chamados de MATERIAIS REAPROVEITÁVEIS; já aqueles materiais que precisam ser descartados, mas após sofrerem transformações podem novamente ser usados pelo homem passarão a se chamar MATERIAIS RECICLÁVEIS!!!
Por exemplo: aquela famosa poltrona feita de garrafas do tipo PET é um reaproveitamento. Por outro lado a transformação química e física da garrafa PET em fibras de poliéster para a fabricação de tecido para roupas é um processo de reciclagem .
HISTÓRICO
Vamos agora fazer uma viagem pelo tempo! Você já se perguntou quando será que começou a história do lixo? Será que sempre existiu lixo em nosso Planeta?
Acertou quem disse que não. A história do lixo se confunde com a história do ser humano.
Voltando lááááááááááááá atrás no tempo, no período da Pré-história, percebemos que os humanos viviam em pequenos grupos que se abrigavam em cavernas e se alimentavam dos animais que caçavam e das plantas que apanhavam. Eles se mudavam com freqüência à procura de mais recursos e nunca ficavam num mesmo lugar tempo suficiente para acumular muito lixo. Seus resíduos eram compostos por ossadas e objetos de pedra lascada.
À medida que os humanos passaram a se estabelecer em comunidades permanentes (as cidades) aumentou a concentração de pessoas e de resíduos produzidos por elas. Como elas não se mudavam mais, o acúmulo desses resíduos passou a incomodar. Em Atenas surgem os primeiros lixões que, por conseqüência, atraíram ratos, baratas e outros insetos indesejáveis. Os gregos passaram então a cobrir o lixo com camadas de terra e criaram, em 500 a.C., o que hoje chamamos de aterro controlado, mas ainda assim naquela época o lixo era composto basicamente por restos de comida.
Durante a Idade Média, livrar-se do lixo continuava a ser uma responsabilidade de cada um, o acúmulo de pessoas nas cidades foi aumentando e, conseqüentemente, também o volume dos resíduos que continham, além de restos de comida, grandes quantidades de excrementos animal e humano. Este período da história foi marcado pelo surgimento de sérias doenças e epidemias.
Estão pensando que a partir daí as pessoas evitaram jogar as coisas fora e foram procurar alternativas para o que precisavam descartar? Que nada! Com a Revolução Industrial o consumo dos bens ficou mais fácil, e o desperdício também!
No século XIX, quando as más condições de higiene passaram a ser vistas como um incômodo, a população buscou alternativas para a disposição final do lixo e assim como algumas mudanças de hábito com relação à higiene pessoal e das residências. Os municípios limpavam as ruas, e os engenheiros sanitários criaram novas tecnologias para reduzir custos e volume. Os óleos e gorduras eram recuperados para serem reutilizados na fabricação de sabão e velas, os incineradores geravam vapor para energia e aquecimento.
Agora vocês devem estar mais aliviados, né?
É! Estas mudanças todas são realmente muito positivas. Mas, vale lembrar que as preocupações com o ambiente não passavam do alcance dos olhos. Ou seja, jogar lixo no mar ou em espaços abertos longe das cidades continuava a ser aceitável.
Com o passar dos anos, surgem novas fontes de energia e cresce a produção e o consumo de bens. Isso aumenta muito a geração de lixo doméstico e industrial, com muito mais resíduos químicos e materiais como plástico, metais, vidro...
Na onda do consumismo, os produtos que antigamente eram feitos para durar muitos anos, hoje tem uma vida útil muito menor e, ao invés de consertar, as pessoas são incentivadas a jogar fora e comprar um modelo novo. Estamos na era do descartável, mas assim como as pessoas na Idade Média sofreram as conseqüências de jogar o lixo em qualquer lugar, nós estamos percebendo que consumir muito e jogar muita coisa fora estão nos trazendo sérios problemas.
Está na hora de dar um jeito nesta história toda! Já sabemos como era, vamos saber melhor como está e em seguida vamos pensar juntos em como resolver. Continue viajando com a gente nesta história...